quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Entrevista com Marilia Trindade Barboza


Conviver com bambas faz toda a diferença na vida de uma pesquisadora. Dos livros, muito se aprende. Informações, análises e linhas de pensamento. Da vida, se aprende muito mais. A riqueza da poesia de um pobre sambista, as melodias entoadas por trovadores do morro e a simplicidade daqueles que vivem o samba em sua totalidade nos ensinam que o verdadeiro conhecimento, a real sabedoria, vem das ruas. Das conversas de bar, regadas à cerveja e tira-gosto, dos pagodes que atravessavam dias, noites e madrugadas, dos acordes de plangentes violões e do rufar dos pandeiros, aprende-se muito mais sobre o ritmo quente do samba do que qualquer publicação sobre o assunto.

Marília Trindade Barboza da Silva viveu e conviveu com estes artífices de nossa cultura. Aprendendo, resolveu ensinar. E levou aos livros o conhecimento adquirido fora deles. Para isso, foi preciso quebrar tabus. Sim, pois para a Academia, o samba era um “tema menor”, um assunto que não merecia publicações “sérias”. Mas Marília, além de ser uma acadêmica, é uma sambista e não iria desistir fácil de seu objetivo.

Com o professor Arthur de Oliveira, travou uma fértil parceria, que rendeu frutos saborosos como as biografias de Pixinguinha, Silas de Oliveira e Cartola, além do livro “Fala Mangueira” (com Carlos Cachaça). Sozinha ou com outros parceiros, escreveu obras sobre Dorival Caymmi, Paulo da Portela, Carlos Cachaça e Luperce Miranda, colocando-se como uma das mais importantes pesquisadoras da música popular brasileira.

Marília é brasa. Foi Cartola quem pediu para ela escrever sua biografia. Da intensa amizade, surgiram histórias, afetos e parcerias (compositora “bissexta”, como ela mesma se define, compôs, também, com monstros sagrados do samba, como Nelson Sargento, Nelson Cavaquinho e Carlos Cachaça). Quando morreu, o mangueirense a legou seu acervo e seu violão, o bem maior que possuía - de onde brotaram lindas peças do rico cancioneiro brasileiro.

A pesquisadora, que presenciou e se emocionou com tantas rodas de samba de alto gabarito, onde os protagonistas eram baluartes da música popular brasileira, encontrou nos sambistas do Samba de Terreiro de Mauá a sonoridade de tempos atrás e o respeito ao samba que a Velha Guarda cultivava. Foi lá no Centro Cultural Dona Leonor, onde são promovidas as rodas de samba do projeto, que foi realizada a entrevista para o Programa É Batucada!

À vontade, Marília contou e cantou o samba que viveu. Recordou os bambas do passado, traçou análises e teceu comentários sobre o ritmo mais apaixonante do Brasil. De entrevistadora e ouvinte, passou ao papel de entrevistada, a voz que apresenta aos sambistas do presente, o encanto do passado.

(Por André Carvalho)

Parte 01



Parte 02

terça-feira, 17 de abril de 2012

Entrevista com José Ramos Tinhorão

Poder estar em uma roda de samba com a presença de José Ramos Tinhorão é uma honra para qualquer sambista. Escutar os maios belos sambas do passado acompanhados de comentários daquele que é considerado um dos maiores musicólogos brasileiros de todos os tempos - e, certamente, o maior deles vivo - é um privilégio, uma lembrança para se levar para sempre.

No Bar do Raí, ali no coração da Vila Buarque, formou-se o samba e Tinhorão vibrou, lembrando daquele passado que nós, mais jovens, temos saudade mesmo sem ter vivido. Um passado que trouxe Ismael Silva - admirado pelo pesquisador -, Noel, Wilson Batista, Herivelto Martins e tantos outros bambas.

Antes da roda de samba, Tinhorão bateu um papo com Edinho Carvalho e o É Batucada! registrou esta conversa regada a sambas antigos, histórias que traduzem a personalidade dos grandes artífices de nossa música, além de indagações e elucidações a respeito do papel do samba na sociedade e na música popular brasileira. 

José Ramos Tinhorão nasceu em Santos em 1928, cresceu no Rio de Janeiro e mudou-se para São Paulo em 1968. Atuou em grandes jornais como crítico musical, pesquisou e reuniu enorme acervo de discos em 78 rpm (disponíveis para audição no site do Instituto Moreira Salles) e publicou importantes livros sobre música brasileira.

O programa É Batucada! tem a honra de apresentar, na primeira edição de 2012, este grande brasileiro, José Ramos Tinhorão.

Confiram esta belíssima aula sobre o nosso querido samba.


(Por André Carvalho)

Parte 01


Parte 02

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Prêmio Paulo da Portela

No dia 10 de dezembro de 2011, os Amigos do samba.com realizaram a entrega primeira edição do Prêmio Paulo da Portela. Idealizado pelo presidente Vicente Ferreira, o prêmio visa a celebração de ações voltadas para a valorização do samba. Em 2011, receberam a homenagem: Fernando Paiva, pela organização das homenagens ao centenário de Chico Santana, e o programa É Batucada!, pelo trabalho de registro e publicação de entrevistas com vários nomes do samba.


Foi homenageado também, ao receber uma placa, Arthur Tirone, o Favela, ele que é responsável por transformar o Clube Anhanguera em um dos principais símbolos de resistência do samba como forma autêntica de manifestação cultural. 



Infelizmente não foi possível documentar todo o evento e a entrega dos prêmios, mas segue um pouco da emoção e gratidão por parte da nossa equipe em receber tamanha homenagem.



Salve!


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Confraternização do Programa É Batucada! - 2011

Gostaríamos de agradecer a todos os presentes neste momento tão especial, onde comemoramos o grande ano de realizações que 2011 foi para o programa É Batucada!

Bela festa, com a participação de alguns dos entrevistados. Aproveitamos para agradecer: Tuco, Loré, Tia Cida, Paulão e a presença mais que especial do grande Mestre Waldir 59.

Gostaríamos, também, de lembrar a Secretaria de Cultura de São Paulo, que, através do programa VAI, nos proporcionou os elementos necessários para a execução do nosso projeto.

Para nós que formamos a equipe do programa, não haveria melhor forma de comemorar e agradecer a todos que contribuíram e ainda contribuem com a nossa caminhada!


Vida longa ao É Batucada!